A Inspiração

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Na matéria da TV, o  menino pergunta ao escritor de onde vem a inspiração. Ele coça os cabelos brancos antes da resposta e diz que vem das coisas que vê na rua e principalmente da sua cabeça, onde vivem suas lembranças.

A inspiração é um sopro que nos pega de surpresa, uma criatura elemental que nos sussurra aos ouvidos. Surge através de uma cena banal, que testemunhamos sem querer, ou através da arte de outro que, por sua vez, foi inspirada Deus sabe como.

Embora venha como quem nada quer, nos pegue desprevenidos às vezes, a inspiração precisa de uma contribuição fundamental do criador: O radar ligado. Nada adiantariam as vitórias régias dos jardins de Giverny se Monet não tivesse os olhos atentos à luz que provoca no lago diferentes nuances de cor ao longo dos dias e das estações.

O mundo físico é repleto de beleza e feiura, de encontros e armadilhas, de bondade e política. Pessoas andam por aí exibindo tiques, ansiedades e desejos. Trocam abraços carinhosos nas saídas dos cinemas, cuidam para que os filhos atravessem a rua direito, falam com carinho em seus telefones no metrô. E a cada ato, a ninfa mágica da inspiração está a espreita, pronta para tocar o felizardo observador e iluminá-lo com com o clique da tão esperada ideia.

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