Perdoem-me o pessimismo, mas esse ano começou muito mal. Estou quase desistindo de acompanhar os noticiários. Fico em dúvida se sofro mais pela falta d´água, pela falta de energia, pelo pior time de ministros da história ou pelo aumento dos impostos.
O comentarista econômico nos diz que no cenário bom teremos crescimento perto de zero. Por favor me poupe do cenário ruim.
Vejo que a presidenta do meu país e o governador do meu estado mentiram ostensivamente para se reeleger e nos mostraram isso logo no primeiro mês de mandato. Pelo menos essa notícia não me surpreende.
O que me surpreendeu foi uma onda de violência no mundo todo. Não sei se minha sensibilidade anda exagerada ou se janeiro de 2015 foi mesmo um mês terrível para quem quer acreditar num mundinho melhor.
Comecemos pela França, pelos 17 chacinados. Passemos pela Nigéria, onde mataram 2.000 e ainda transformaram uma menina de 10 em bomba humana. Que tal ir à Argentina para enterrar um promotor assassinado antes de acusar a presidente, ou para Bagdá, Israel e Iêmen, onde ocorrerão outros atentados?
E aqui, no país do ar-condicionado, balas perdidas continuam levando crianças e dois surfistas foram executados de formas bem diferentes, ambos por forças de Estado. O primeiro condenado na Tailândia contou com grande solidariedade do nosso governo, e o segundo, pasmem, morto por nossas forças de segurança sem chance de defesa.
Somos todos Charlie?
Somos todos Nigerianos?
Somos todos Alberto Nisman?
Somos todos Ricardinho?
Ou somos todos acomodados que nos bastamos em compartilhar posts para ter a sensação de participar de um mundo que desabada em nossa volta.
Resta escolher em qual bloco sairemos neste carnaval Lúcio…..O bloco do APAGÃO ou o bloco da TORNEIRA SECA….Me parece que Tom Jobim nunca esteve mais certo, quando disse que a saída para o Brasil (entendendo que aqui já passamos mais do que o suportável!!!) é o Galeão.
Eu juro que sou mais otimista, em geral. Vou me esforçar para resgatar minha porção Brightside.