Não existe mais direita ou esquerda insistem alguns amigos em instrutivos debates de boteco. Sou obrigado a discordar. Chame do que for, as pessoas tem ideologias e são sim separadas em polos. Antigamente eram liberais ou conservadores, depois surgiu a esquerda e direita.
Aliás porque será que chamavam socialistas de “esquerda” e capitalista de “direita”? A posição de EUA e URSS no mapa apontava para o contrário.
Independentemente disso, as redes sociais mostram que a polarização está mais acirrada do que nunca.
Baseado em minhas timelines e dando um pouco de crédito aos amigos que acham que a classificação tradicional está ultrapassada, vou criar uma nova, mais adequada aos perfis que tanto digladiam pelas questões tupiniquins e universais:
Vamos chamá-los de: Azevedos x Willis
Quem são:
Os Azevedos:
- Eles odeiam muitas coisas: O Lula, o PT, a Dilma, José Dirceu, Cuba, menores que cometem crimes, o MST, o Jô Soares, ciclofaixas fora do padrão de qualidade e pessoas que pensem de forma diferente da deles,
- Eles gostam de muitas coisas: Livre Mercado, da revista Veja, do Lobão, do Danilo Gentile, do FHC, privatizações, operação Lava-Jato e de pessoas que concordem com eles.
- Eles são muito solidários com políticos presos na Venezuela, com os povo oprimido de Cuba, com os cristão prosseguidos pelo ISIS e com os famintos da Coréia do Norte.
- Ele não se importam com trabalho semi-escravo na China, com a situação de Gaza, com a corrupção quando não é do PT e com alimentos transgênicos .
Os Willis
- Eles odeiam muitas coisas: multinacionais, o Alckimin, a Globo, o Eduardo Cunha, Israel, a Veja, a mídia golpista, o Joaquim Barbosa, o mercado financeiro, transgênicos e pessoas que pensem de forma diferente da deles,
- Eles gostam de muitas coisas: Da Dilma, do blog Sakamoto, do DCM, dos movimentos sociais (todos), de estatais, de programas sociais, da palavra “empoderar” e de pessoas que concordem com eles.
- Eles são muito solidários com os palestinos, trabalhadores braçais chineses, mulheres, homossexuais e pessoas pobres.
- Ele não se importam com a liberdade de expressão em Cuba, com a corrupção do governo atual, com os homossexuais no Iran e com as mulheres do Isis .
Os dois grupos são divertidos, ambos gostam de montagens falaciosas e sarcasmo para defender seu ponto de vista. E o mais importante, nunca deixam de descredenciar seus opositores intelectuais.
Como no Brasil, já diria Ricardo Boechat, sofremos de tudo menos de tédio, a cada semana temos uma polêmica nova para animar tanto os Azevedos como os Willis.
O assunto dessa semana é a viagem dos Senadores de oposição à Venezuela e a discussão sobre a maioridade penal.
Mas não importa o tema, a polêmica, a discussão. Tanto para os Azevedos como para os Willis, as verdades são montanhas, não se podem mover. Então não há motivos para ouvir o outro lado ou pensar de forma diferente. Melhor rebater tudo, usar frases feitas e ganhar sempre a discussão. Ou ainda melhor, travar debates com pessoas que pensem sempre da mesma maneira, onde a unanimidade impera e não é preciso questionar-se.
Eu não acredito que apenas o PT seja uma quadrilha, mas o fato é que o PT tornou a corrupção numa política de estado.
Oi Rodrigo, fico feliz em receber sua visita no “Toda Unanimidade”. Apareça sempre.