Sou um defensor das leis de incentivo à cultura. Não que elas sejam perfeitas, precisam melhorar muito, mas é importante que elas existam.
Porém muitos pensam de outra maneira, nos últimos meses vi milhares de comentários em redes sociais dizendo que o Estado não deveria investir em cultura pois falta dinheiro para o saúde e a educação.
Nos últimos anos não foi só a Cultura que ganhou verbas de incentivo. O esporte também recebeu milhões via Caixa, Exército, renúncia fiscal ou bolsa atleta.
O baiano de Ubaitaba, Isaquias Queiroz, foi um dos que receberam esses benefícios e retribuiu ao Brasil com medalhas olímpicas. Sem incentivos talvez hoje ele fosse um desempregado na periferia de Salvador.
Não entendo de esportes e não sei se a forma de incentivo adotada pelo Brasil é a mais correta. Só tenho certeza que o país precisa decidir se quer ou não ter esportistas de ponta. Caso queira, precisa colocar a mão no bolso.
O Mesmo acontece com cultura.
Sem leis de incentivo enterramos o Chorinho, manifestações regionais, a música clássica, a dança e tudo o que não dá grande bilheteria.
No meu caso, recebi um apoio para desenvolver uma série de animação. Se tudo acontecer como eu e a Ancine esperamos, no futuro terei uns 30 colaboradores para fazer a série e pagarei em impostos muito mais do que recebi. Poderei exportar o minha produção e o Fundo Setorial do Audiovisual levará parte dos meus lucros para incentivar novos formatos e produções. Tenho plena convicção que essa fórmula só tem benefícios.
Estamos discutindo diariamente novos rumos para o Brasil. Nessa discussão cabe perguntar: Esporte e cultura são importantes para a nossa população?
A abertura das Olimpíadas mostrou a qualidade que nossa cultura pode ter. Isaquias mostrou que com o incentivo correto Ubaitaba gera uma lenda do esporte.
Eu acredito nesse caminho. Sonho que a arte de Fernando Meirelles, Deborah Colker e tantos brilhantes anônimos possa chegar a mais gente, assim como sonho que o esporte seja um instrumento de transformação social.
Visão correta.
Sem apoio a maioria dos medalhistas teria ficado pelo caminho ou nem iniciado a caminhada…
As leis não são perfeitas, e os homens menos…
Se forem bem usadas as leis de incentivo dão resultados e as olimpiadas são prova disso.
Pois é, melhorar sempre e com muita transparência.