Caro leitor, pode parecer que estou aqui para contar vantagem, mas preciso dizer que escrevo diretamente da Bahia, sob a luz da lua mais brilhante dos últimos 60 anos.
A visão do mar de Arembepe iluminado num tom entre o prateado e o dourado jamais será esquecida. Só não mando fotos porque meu celular não registra essa maravilha de maneira minimamente aceitável.
Como posso descrever melhor o que vejo? Bom, talvez dizendo que a luz da lua é tão forte que estou pensando em passar protetor solar, colocar os óculos escuros e pegar uma cor.
Sinto-me um privilegiado. Planejei essa viagem para aproveitar o feriado e não sabia que a astronomia me reservaria uma visão dessas. Morando em São Paulo, sempre perdi os grandes eventos cósmicos. Eclipses e meteoros não conseguem competir com a poluição e o céu nublado da metrópole.
Morar na grande cidade nos condena a admirar a arquitetura de restaurantes, a beleza de exposições de arte, os jardins dos parques. Nos encantamos com o que nos é permitido ver.
Aqui em Arembepe as pessoas não tem opções de restaurantes e ainda menos obras arquitetônicas admiráveis (muito pelo contrário). Elas não vão à Mostra de Cinema, não comentam a exposição da vez e nem o carro da moda. Aqui o quente é comer o acarajé da Catita e tomar cerveja em cima do capô do carro.
Em Arembepe falta muita coisa.
Por outro lado, em Arembepe sobra a lua, a super lua. E o mar que brilha de noite como se estivéssemos em um filme de Fellini.
há dias que valem a pena. 😀
Tem que ter, né? 🙂