Dilma foi deposta, o Brexit passou, a Argentina é governada por um empresário, Trump levou a América, Dória é prefeito, Bolsonaro está mais forte. O mundo deu uma guinada para a direita.
Enquanto a galera da barbona se lamenta, coxinhas de todos os cantos celebram entusiasmados.
Penso em meus amigos sociólogos, publicitários, jornalistas, escritores e cineastas, cheios de diplomas e cursos no exterior, sendo superados por caipiras americanos e por aqueles malucos que foram defender o Trump na Paulista.
Aceitemos, neste momento a direita está em alta. Basta saber o que é direita.
Na minha juventude era bem claro, direita era capitalista e esquerda socialista. A direita queria que os EUA vencessem a guerra fria e a esquerda torcia pela União Soviética.
Hoje não existe União Soviética e nem guerra fria, o comunismo é uma extravagância tal qual a volta da monarquia, não dá para ver as coisas como víamos nos anos 70.
O que direita? O que é esquerda?
Durante os 8 anos do esquerdista Lula nenhuma empresa foi estatizada no Brasil, o mercado financeiro estava a 100 por hora e a bolsa subiu. Que Socialismo é esse?
Trump, o herói anticomunista, ganhou as eleições prometendo fechar as fronteiras aos produtos importados, tomar medidas protecionistas, típica agenda da esquerda. O capitalismo se baseia no livre comércio.
Aliás, nos anos 70, os militares brasileiros (sonho da ultradireita) também fechavam as fronteiras para importação. Os milicos eram totalmente estatizantes. Eles criaram a Embraer, o ITA, a Eletronuclear, Itaipu… Nem o PT fez tanta estatal. Aliás, o PT abriu muito mais fronteiras do que fechou.
Na cidade de São Paulo a pauta da direita e da esquerda tem a ver com a velocidade em que os carros trafegam nas grandes avenidas enquanto no Arizona, a questão envolve Mexicanos ilegais.
Enquanto eu fico confuso, Trump abraça seu principal aliado global, o ex-chefe da KGB Wladimir Putin, o partido comunista da China oprime os trabalhadores para que as empresas prosperem e o bilionário Bill Gates promete acabar com doenças na Africa.
Não sou sociólogo ou historiador, mas meu QI mediano me diz que essa polarização de direita e esquerda não é tão clara como fanáticos de ambos os lados vêem. Assim sendo, nem a torcida entusiasmada e nem os lamentos dos derrotados fazem tanto sentido.