Inveja

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Inveja é um sentimento muito feio. O leitor há de concordar. Prova disso é que as invejosas são as grandes vilãs da nova música Brasileira.

Infelizmente, preciso confessar que fui acometido deste sentimento nos últimos dias. Eu me envergonho disso, mas não consigo evitar.

Deixem-me explicar.

Desde que era um pirralho calçando Congas nos idos dos anos 70, eu ouvia os adultos elogiando minha criatividade. Eu voltava da escola ostentando notas 10 em minhas provas de redação com o mesmo orgulho de quem ganha um Oscar.

Ao crescer, comecei a admirar e me inspirar em grandes mentes criativas: Spielberg, Gabriel Garcia Marques, Chico Buarque. Aliás, sempre tive uma certa preferência por aqueles que dominavam a arte do humor, talento dos mais difíceis e arriscados. O que dizer de Woody Allen, Luis Fernando Veríssimo ou Mel Brooks? Eu aprendia com eles, crescia com eles, tentava trazer um pouco de sua genialidade para o meu trabalho.

Mas ainda estamos falando de admiração, de inspiração, de bons sentimentos.

Essa semana conheci algo novo, algo que é mais forte e doloroso. Uma sensação que nos consome, nos queima por dentro.

Essa semana eu senti inveja de alguém que une bom humor, sarcasmo, criatividade, sagacidade, senso de oportunidade como eu nunca havia visto antes. Uma pessoa que deixou no chinelo os ídolos que tanto admirava.

Falo do sujeito que inventou os apelidos na lista de corruptos da Odebrecht. 

Caro funcionário anônimo da Odebrecht. Você superou a todos nós. Você é o cara!

Você que apelidou Gim Argello (ex-senador pelo PTB) de “Campari”. Devo-te todas as honras e retiro-me do recinto, aceitando minha derrota.

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