Simpathy for William Waack

william-waack

Sou um sujeito estranho se comparado à maioria.

Sinto muitas vezes um negócio chamado empatia*.

Mesmo por aquelas pessoas que todo mundo odeia, ou que tem baixíssima popularidade, eu acabo tendo empatia.

O William Waack é uma delas, mas não a única.

Tenho empatia pela Katia Abreu, pelo Renan Calheiros, pelo Sarney, pelo Serra, pelo Zé Dirceu, pela Dilma, pelo Genoíno, pelo Ciro, pelo FHC, pelo Boulos, pelo Maluf, pelo Caiado…

Pode parecer incoerente, mas consigo ter empatia pelo Lula e pelo Temer ao mesmo tempo.

Acho que enquanto o mundo os vê como bandidos, eu os enxergo como meramente humanos. Donos de fraquezas (inclusive morais) que todos nós somos sujeitos a ter. Cada um deles com a ilusão de ser único e especial, cada um com  a ideia infantil de que deixamos uma marca positiva por onde passamos.

Isso não significa que concordo com seus erros ou crimes. Apenas não faço questão de me juntar à manada que com raiva julga e condena, que atira pedras e memes à esmo.

Também não pensem que sou santo. Há um grupo de humanos com quem não consigo solidarizar. Um grupo cuja forma de agir é imperdoável. São os profetas do ódio. Aqueles cujo discurso é repleto de dentes serrados e caixas altas. Os que agridem e criam as hashtags maldosas. Prefiro não citar seus nomes, mas vou citar assim mesmo: Alexandre Frota, Kataguri, Constantino e os reis de todos eles: Bolsonaro e Olavo de Carvalho, o pregador-mor do ódio.

Eu preciso me policiar para não ter raiva deles e  acabar ficando parecido com essa turma.

Opa, já ia me esquecendo do Waack.

Esse é outro ser humano com fraquezas e virtudes. É racista? O vídeo não me permite saber. Fez um comentário horrivelmente racista? Fez. Preciso atacá-lo louca e furiosamente? Acho que não.

Sinto pena dele, mais um humano tão parecido com todos os outros.

Vou pegar emprestada a frase do Papa Francisco – “Quem sou eu para julgá-lo?”

Quando ouço alguém chamando os outros de “essa gente”, penso com meus botões: “Essa gente somos todos nós”.

*Empatia significa a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo.

6 comentários

  1. Amigo, ótimo post, porém discordo de você e volto minha empatia a jovens jornalistas que terão novas oportunidades com a saida do Waack. Uma reciclada é bom, se não largam do osso por bem, o destino trata se corrigir. Abraços

  2. Nossa…eu sou raivosa e não me solidarizo com o “seu” grupo…não entendo como você diz que o primeiro grupo erra por ser humano…e o segundo não é igualmente humano? Roubar não é imperdoável…crime é crime…seja ele qual for…se não existir punição, então deixa o mundo nesse pandemônio que está…no entanto, é válida sua posição, afinal o que seria do verde se não fosse o vermelho…

    1. Oi Dri, em primeiro lugar obrigado pela visita. Sua posição é coerente.
      É que eu consigo me ver na posição de alguém que rouba. Acho que eu não roubaria, mas me pergunto como reagiria se me oferecessem 10 milhões para assinar um contrato com fraude.
      Por outro lado eu não consigo me ver na pele das pessoas que semeiam o ódio mesmo que isso não seja crime. Eles são humanos, mas não consigo sentir empatia pelo ódio.
      Quanto aos que roubam, eles devem ser julgados, presos, punidos. Isso nada tem a ver com a minha empatia.
      Parece estranho, mas penso assim.

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