Rock do Diabo

O novo presidente da Funarte ficou famoso de uma hora para outra ao explicar que Rock era coisa de satanista, além de outras falas que fazem duvidar da sanidade do sujeito. Porém, enquanto todos gargalham nas redes sociais, eu sou obrigado a dar o braço a torcer. Ele tem certa dose de razão.

Ainda nos anos 20, o bluesman Robert Johnson compôs Crossroads, depois regravada pela banda Cream do Eric Clapton. Johnson é uma grande influência para o Rock. Crossroads falava de um bluesman (quem sabe o próprio Johnson) que fez um pacto com o Tinhoso numa encruzilhada. Depois disso, o blues evoluiu para o Rock e o Capeta nunca abandonou o estilo.

Já nos anos 60, os Stones gravariam Sympathy For The Devil. Na letra, Lúcifer contava sua história e desafiava o ouvinte ao ritmo de uma batida que lembra os terreiros de umbanda. Era uma música amaldiçoada. O estúdio pegou fogo na sessão de gravação e para piorar, muitos anos depois, Claudia Ohana fez a sua versão para a novela Vamp, assustando a todos.

Porém, somente quando o Heavy Metal surgiu que o Coisa Ruim dominou de vez. The Number of The Beast do Iron Maiden ou NIB do Black Sabbath são odes demoníacas. O satanismo se espalhou pelas capas dos discos de Metal e o estilo ficou cada vez mais pesado e popular, dominando principalmente o norte da Europa.

No Brasil o Capiroto sempre esteve na cabeça de roqueiros. Desde Roberto Carlos que mandou tudo para o Inferno e depois se negou a cantar a canção até Raul Seixas que matou a charada e foi o primeiro a explicar o motivo do Chifrudo estar associado ao ritmo. Afinal, o Diabo é o pai do Rock. Enquanto Freud explica, o Diabo dá os toques.

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